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quarta-feira, 10 de julho de 2013

Origem do Mosaico

A palavra mosaico vem do grego e quer dizer significa obra paciente digna das musas. Não é à toa. Trata-se de uma das mais altas expressões da arte e um dos mais antigos e aparentes meios de ornamentação - desde a época romana. A origem do mosaico se perde no tempo. Plínio (escritor romano D.C.) e Vitruvio (arquiteto romano do primeiro século A.C.) deixaram indicações claras de como fixar as pedras, pois havia mais que um tipo de composição para aplicação dos pequenos e preciosos trabalhos. Os registros de mosaicos mais antigos datam de até 50 mil anos atrás, quando eram utilizadas lascas de pedras, cristais e conchas. Vestígios do uso de materiais cerâmicos como revestimento foram encontrados na arquitetura da civilização Babilônica (século VI a.C.). No entanto, a pirâmide escalonada do Faraó Zozer (5.000 a.C.), a mais antiga já encontrada no Egito, apresentava o recinto da tumba revestido de porcelana verde azulada, e quando foi aberta, em 1.803, mantinha as cores e sua beleza originais preservadas. Nos primeiros séculos antes de Cristo os mosaicos policromos atingiram um desenvolvimento espantoso - não tinha sequer uma casa que não tivesse um. Os mosaicos formados a partir de pedras cortadas em forma de quadrados e retângulos trabalhadas a mão, eram os chamados Tessera. As ilustrações dos mosaicos era bastante diversa. Foram encontradas amostras desde o mitológico histórico até aos da época em que foram feitos, como por exemplo, representações das corridas de bigas na Praça Amerina, na Sicília. Nas ruínas da cidade de Pompéia, na Itália, encontra-se o mosaico mais famoso da Antiguidade: a Batalha de Issus, que representa um combate entre dois nobres. Aliás, os mosaicos antigos, que infelizmente ainda não foram suficientemente estudados, constituem uma fonte riquíssima de conhecimento, seja pela pintura da época - que se perdeu no tempo, seja pela mitologia. Quando a civilização romana caiu sobre os ataques dos bárbaros invasores, a arte se transferiu para as terras do oriente, que eram mais seguras. Por centenas de anos, no resto do império do oriente, foram formadas escolas de mosaiquistas que produziram grandiosas obras. Impulsionados pelo cristianismo, os muros das basílicas se vestiram de milhares de pequenas pedras coloridas. Eram os chamados mosaicos bizantinos, pinturas para a eternidade. Pode-se dizer que no mosaico bizantino existe uma perfeita união da arte e do trabalho. Cada pedra parece ter sua própria autonomia e uma perfeita individualidade pelo modo irregular em que são colocadas sobre o extrato de cimento. Oferecendo luz que provem de diversas partes, estas pequenas pedras produzem um raio de luminosidade incomparável. Depois do período bizantino, o mosaico amargou um longo período de decadência. A tentativa de imitar a pintura relegou o mosaico em um segundo plano por séculos. Nos anos setecentos, novas técnicas de fabricação de pastilhas em esmalte vitrificado determinou o verdadeiro renascimento da arte mosaica. Novas tecnologias no rendimento das cores, novas técnicas de construção da superfície do mosaico - sempre pelos métodos romanos. Em particular, tornou-se moda as obras em mosaico minúsculo, que proporcionava ótimos resultados também em superfícies muito pequenas aplicadas na decoração de objetos de uso pessoal ou de arredamento, por exemplo: tabacaria, jóias, porta-perfume, vasos, quadrinhos. Hoje o mosaico é utilizado largamente como elemento decorativo nas mais diversas obras de arquitetura e decoração. As produções dos antigos mosaicos com técnicas modernas asseguram a perfeição do efeito decorativo, bem como a garantia validada para cada tipo de aplicação. Graças ao trabalho conjunto dos artesões e designers o mosaico está descobrindo novos ambientes e novas superfícies. No começo do século XX, o arquiteto catalão Antonio Gaudí construiu sua obra usando os recursos e técnicas do mosaico, rompendo com a antiga estrutura plana. São monumentos como o Parque Guell, a Casa Milá, a Casa Batló e a Igreja da Sagrada Família de grande beleza arquitetônica, todos em Barcelona, Espanha. Com o aprimoramento das técnicas de produção ao longo dos tempos, as cerâmicas e porcelanas ganharam centenas de aplicações como produtos de revestimento. O processo artesanal deu lugar às linhas de produção industrial. No Brasil, os mosaicos foram adotados primeiramente no Rio e em São Paulo, trazidos pelos franceses e italianos respectivamente. As primeiras pastilhas nacionais só começaram a ser produzidas no início do século. E foi a partir de São Paulo que o seu uso como revestimento externo se difundiu para o país. Dois exemplos importantes da utilização e da durabilidade das pastilhas na arquitetura são os prédios da Central do Brasil, no Rio de Janeiro e a sede do Banespa, em São Paulo, ambas construídas há mais de 50 anos e que até hoje preservam seus elementos originais.

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