A palavra mosaico vem do grego e quer dizer significa obra paciente
digna das musas. Não é à toa. Trata-se de uma das mais altas expressões
da arte e um dos mais antigos e aparentes meios de ornamentação - desde
a época romana. A origem do mosaico se perde no tempo. Plínio (escritor
romano D.C.) e Vitruvio (arquiteto romano do primeiro século A.C.)
deixaram indicações claras de como fixar as pedras, pois havia mais que
um tipo de composição para aplicação dos pequenos e preciosos
trabalhos. Os registros de mosaicos mais antigos datam de até 50 mil
anos atrás, quando eram utilizadas lascas de pedras, cristais e
conchas. Vestígios do uso de materiais cerâmicos como revestimento
foram encontrados na arquitetura da civilização Babilônica (século VI
a.C.). No entanto, a pirâmide escalonada do Faraó Zozer (5.000 a.C.), a
mais antiga já encontrada no Egito, apresentava o recinto da tumba
revestido de porcelana verde azulada, e quando foi aberta, em 1.803,
mantinha as cores e sua beleza originais preservadas. Nos primeiros
séculos antes de Cristo os mosaicos policromos atingiram um
desenvolvimento espantoso - não tinha sequer uma casa que não tivesse
um. Os mosaicos formados a partir de pedras cortadas em forma de
quadrados e retângulos trabalhadas a mão, eram os chamados Tessera. As
ilustrações dos mosaicos era bastante diversa. Foram encontradas
amostras desde o mitológico histórico até aos da época em que foram
feitos, como por exemplo, representações das corridas de bigas na Praça
Amerina, na Sicília. Nas ruínas da cidade de Pompéia, na Itália,
encontra-se o mosaico mais famoso da Antiguidade: a Batalha de Issus,
que representa um combate entre dois nobres. Aliás, os mosaicos
antigos, que infelizmente ainda não foram suficientemente estudados,
constituem uma fonte riquíssima de conhecimento, seja pela pintura da
época - que se perdeu no tempo, seja pela mitologia. Quando a
civilização romana caiu sobre os ataques dos bárbaros invasores, a arte
se transferiu para as terras do oriente, que eram mais seguras. Por
centenas de anos, no resto do império do oriente, foram formadas
escolas de mosaiquistas que produziram grandiosas obras. Impulsionados
pelo cristianismo, os muros das basílicas se vestiram de milhares de
pequenas pedras coloridas. Eram os chamados mosaicos bizantinos,
pinturas para a eternidade. Pode-se dizer que no mosaico bizantino
existe uma perfeita união da arte e do trabalho. Cada pedra parece ter
sua própria autonomia e uma perfeita individualidade pelo modo
irregular em que são colocadas sobre o extrato de cimento. Oferecendo
luz que provem de diversas partes, estas pequenas pedras produzem um
raio de luminosidade incomparável. Depois do período bizantino, o
mosaico amargou um longo período de decadência. A tentativa de imitar a
pintura relegou o mosaico em um segundo plano por séculos. Nos anos
setecentos, novas técnicas de fabricação de pastilhas em esmalte
vitrificado determinou o verdadeiro renascimento da arte mosaica. Novas
tecnologias no rendimento das cores, novas técnicas de construção da
superfície do mosaico - sempre pelos métodos romanos. Em particular,
tornou-se moda as obras em mosaico minúsculo, que proporcionava ótimos
resultados também em superfícies muito pequenas aplicadas na decoração
de objetos de uso pessoal ou de arredamento, por exemplo: tabacaria,
jóias, porta-perfume, vasos, quadrinhos. Hoje o mosaico é utilizado
largamente como elemento decorativo nas mais diversas obras de
arquitetura e decoração. As produções dos antigos mosaicos com técnicas
modernas asseguram a perfeição do efeito decorativo, bem como a
garantia validada para cada tipo de aplicação. Graças ao trabalho
conjunto dos artesões e designers o mosaico está descobrindo novos
ambientes e novas superfícies. No começo do século XX, o arquiteto
catalão Antonio Gaudí construiu sua obra usando os recursos e técnicas
do mosaico, rompendo com a antiga estrutura plana. São monumentos como
o Parque Guell, a Casa Milá, a Casa Batló e a Igreja da Sagrada Família
de grande beleza arquitetônica, todos em Barcelona, Espanha. Com o
aprimoramento das técnicas de produção ao longo dos tempos, as
cerâmicas e porcelanas ganharam centenas de aplicações como produtos de
revestimento. O processo artesanal deu lugar às linhas de produção
industrial. No Brasil, os mosaicos foram adotados primeiramente no Rio
e em São Paulo, trazidos pelos franceses e italianos respectivamente.
As primeiras pastilhas nacionais só começaram a ser produzidas no
início do século. E foi a partir de São Paulo que o seu uso como
revestimento externo se difundiu para o país. Dois exemplos importantes
da utilização e da durabilidade das pastilhas na arquitetura são os
prédios da Central do Brasil, no Rio de Janeiro e a sede do Banespa, em
São Paulo, ambas construídas há mais de 50 anos e que até hoje
preservam seus elementos originais.